Instituto Lula

Agora há pouco, quando saí pra correr, resolvi passar em frente ao Instituto Lula. Umas dez pessoas protestando e pelo menos o dobro de repórteres. "Lula ladrão! Dilma vagabunda!", a pauta de sempre. (Ainda vale a pena questionar por que homem é xingado de ladrão e mulher de vagabunda?) Dois minutos depois, o portão eletrônico ameaça abrir. Parece que é o Lula que vai sair. O pessoal da cobertura corre todo pra lá. Corro junto. Fico impressionada com o meu timing - acabei de chegar e já vou ver o Lula. Lembro que a minha camiseta é pink e no escuro parece vermelha, mas a minha curiosidade é sempre bem maior que o meu bom senso. (A curiosidade foi um dos motivos pelos quais eu um dia quis ser jornalista. Os outros são o gosto pela escrita e pela fofoca.) O carro sai. Levo várias cotoveladas dos cinegrafistas. Todo mundo corre em cavalaria atrás do carro. Os vidros do carro são pretos e eu não consigo ver se o Lula está mesmo dentro do carro. Uma repórter fala que os manifestantes jogaram pedras no carro. Nenhuma pedra voou. A outra fala em multidão. Olho em volta e as mesmas dez pessoas. A honestidade da cobertura não sobrevive nem a uma saída de um carro da garagem.

Agora achei essa foto. Realmente era o Lula dentro do carro. O fotógrafo que tirou essa foto está de parabéns, porque olha! O Vitor acha que essa mancha vermelha na foto é a minha camiseta. Taí uma pessoa que entende menos de fotografia que eu. 

Falar que houve uma pedrada quando não houve não é pior do que o que quer que seja, mas não deveríamos ser a mudança que queremos ver no mundo? (Isso foi sim uma indireta pro Moro. Espalhem até chegar nele! =P)  

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