Estado de grande inquietude

O céu desaba.
O trem não chega.
O guarda-chuva que não abre.
Um dia tudo desanda.
A porta emperra, a casa cai.
A esperança se esvai, o amor acaba.
Por isso, e apesar disso,
sou um sobreposto de ilusões.
Angústias, desejos, frustrações,
fantasias, medos, euforias.
Se, de repente, eu pudesse me livrar de tudo,
seria leve como um nada;
nem existiria.
Mas não.

2 comentários:

Anônimo disse...

Helen, efetivamente, tu escreves como alguém que sente o que põe no papel... me admiro a cada palavra tua que leio, desde as primeiras... Tu não és jornalista, és uma escritora e faz literatura de verdade!

Higor

Helen Valverde disse...

Lisonjeadíssima! :)
Um elogio vindo de alguém que, além de advogado, é também um escritor! Que tem, aliás, o hábito de ser meu concorrente nos concursos da vida! hehe