Segundo turno

“Tô vindo aqui porque eu sou obrigada, porque eu não gosto de política.”

“Hoje não tem fila, não? Porque aquele dia tinha uma fila do c* até lá na frente.”

Eleitora dá um beijinho no título de eleitor: “Eu amo os meus documentos; você nem imagina. Eu tenho ciúmes, que nem das minhas filhas.”

“Não é obrigatório votar no segundo turno também? Porque hoje tem bem menos gente.”

“Espero que o meu candidato ganhe. Aquela corrupção tem que acabar, em nome de Jesus. Esse Brasil tem que mudar; não dá mais, não. E tem gente que fica correndo atrás de migalha.”

Eleitor pede pra tirar uma selfie com os mesários.

“Hoje não tem que votar, não? É só assinar?”

“O voto em branco vai pra quem tá ganhando?”

– Não tem terceiro turno, não, né?
– Não.
– Ainda bem.

“Se a gente vota nulo, o voto vai pra quem tá ganhando?”

“Vai ter que votar de novo depois de hoje? Não, né?”

Eleitor de patinete.

“Vai com Deus, baiano! Tudo de bom pra nós!”

“Minha mãe já veio votar?”

Eleitora com bebê.

“Pode ser duas vezes?”

“Graças a Deus que eu tenho um filho homem. Ele é lindo. Todo mundo pensa que é meu homem, mas não: é meu filho.”

– Você é PT ou PSDB?
– Eu sou aquele que ganhar. E você?
– Eu sou o que é melhor pro Brasil. Só que eu não sei qual é. Ou seja, é um tiro no pé, né?

Outro eleitor com o mesmo bebê.

“Você acha que eu vou perder o meu tempo pra votar pra esse povo roubar? Ave, Maria!”

“Falô, Paraíba!”

Eleitora com cachorrinho.

“Não me cheira que eu tô com CC.”

“Tchau, gente. Foi um prazer. A gente se vê na próxima. Se der, eu venho na próxima. Se eu estiver na Suíça daqui a quatro anos, eu venho. Mas eu não sei, porque eu tenho outras coisas pra resolver agora. Eu tenho outros problemas. Bem longe. Na roça mesmo, sabe? Mas, se der, eu venho.”

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